Ricardo Salgado diz que venda do Bradesco foi "dolorosa"

O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, admitiu hoje que foi com "tristeza" que assinou o acordou feito com a sociedade Cidade de Deus, que controla o Banco Bradesco, a venda da posição que o BES detinha na instituição brasileira.
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"Foi com tristeza que assinei a venda da posição do BES no Bradesco", revelou hoje Ricardo Salgado, durante a apresentação das contas do primeiro trimestre, reforçando que foi uma decisão "dolorosa".

O negócio foi anunciado na quinta-feira passada e envolveu uma verba na ordem dos 2 mil milhões de reais (cerca de 852 milhões de euros), tendo sido alienadas 78 milhões de ações do Bradesco, correspondentes a uma posição de 4,1 por cento.

Esta operação teve um impacto positivo nos rácios de capital do BES, que ficou com um Core Tier I de 8,2 por cento (antes da venda, a 31 de Março, o rácio era de 7,9 por cento) e um Tier I de 9,4 por cento (acima dos 8,8 por cento que tinha no final de março).

O rácio de solvabilidade, com o impacto da venda do Bradesco, subiu de 11,4 por cento em Março de 2011 para 12,3 por cento.

"Estamos a trabalhar para melhorar os rácios de solvabilidade do banco. A venda do Bradesco foi nesse sentido. O esforço de desalavancagem e a venda de créditos também foi nesse sentido", afirmou.

"A venda do Bradesco foi uma decisão dolorosa. A nossa posição era considerada a 'jóia da coroa'. Ficamos ainda com cerca de 1 por cento", sublinhou o presidente do BES.

"Isto não quer dizer que estamos a sair do Brasil de forma alguma. Continuaremos a investir no Brasil, mas a posição acionista que afeta os rácios de solvabilidade tivemos que vender", explicou Salgado.

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